quarta-feira, 14 de abril de 2010

Rip Curl Pro Bells Beach - Saldo geral

Este post deu um problemão, travou o blog, ficamos quase que o dia inteiro com o blog fora do ar.
Ainda não corrigimos todos os bugs, mas republico aqui o texto para que vocês possam comentar.

Com relação à tramissão, nós, que aqui pegamos no pé dos eventos brasileiros que pecam na transmissão ao vivo, temos que ser ainda mais duros com os gringos, que tem muito mais recursos.
Pra mim, a Rip Curl queimou o filme.
Papelão geral.
Vocês conseguiram assistir?
Nós não.
Quanto ao campeonato, ao invés de complementar os comentários do post anterior, vou direto para os destaques.

1. Kelly Slater vai com tudo para o décimo.

Não tenham dúvidas de que o careca está disposto a resolver a fatura de uma vez por todas.
10o título em 2010.
Arrisco dizer que a Quiksilver já está montando a campanha publicitária com esse tema.

2. A disputa vai embolar como há muito tempo não se via.

O fato é que, diferente dos anos anteriores, no topo do ranking todo mundo evoluiu muito e não há ninguém se sobressaindo.
Além dos suspeitos de sempre (Mick, Joel, Taj, Kelly e Bede), eu destaco a evolução do Jordy Smith e do Bobby Martinez e os coloco também na briga pelo título.
Tá todo mundo voando, aéreo pra todo lado, surfando com pressão, força e modernidade.
A briga vai ser muito boa.

3. Na zona intermediária, em primeiro lugar o Adriano de Souza.

Na minha opinião, nada de título para o brasileiro.
Eu diria que o surf que ele apresentou o coloca entre os top 16, vai ter que brigar muito pra ficar entre os top 10.
É claro que uma vitória no Brasil pode mudar essa situação.
Acredito que as vitórias serão espalhadas, teremos vários vencedores diferentes nas dez etapas do tour.
Todos podem ter até dois tropeços no ano, já que descartarão os dois piores resultados.
O que vai fazer a diferença no final do ano, e decidir o título em última instância, será o número de vitórias e finais.

4. A vez dos goofies.
Ainda na zona intermediária, é a vez dos goofies, os surfistas que surfam com o pé direito na frente da prancha.
Kai Otton e Freddie Patacchia são os surfistas que mais evoluíram do ano passado para cá.
O primeiro teve um tropeço na segunda etapa, mas já mostrou que seu surf está num nível acima do resto do pelotão intermediário.
Pra completar, Jadson André e Adrian Buchan.
Adrian Buchan já vem mostrando um surf de ponta desde o ano passado, ano em que chegou a vencer uma final contra o Slater.
Pra mim, esse jovem australiano tem surf de campeão e acredito que ele ainda vai brigar pelo título, não nesse ano mas num futuro próximo.
Para nossa alegria, o brasileiro Jadson André mostrou a que veio.
Já é o melhor estreante até agora e tenho certeza que será assim até o final de 2010, até porque muitos dos novos talentos terão que voltar para o WQS no meio do ano.
Jadson não teve sorte na sua bateria contra o Bobby Martinez, as ondas não vieram e o americano descolou uma nota 8,17 já de saída, complicando a vida do brazuca.
Mesmo assim, creio que se ele tivesse se deslocado para o pico das esquerdas antes, ele só foi no finalzinho da bateria, o resultado seria diferente.
Esses quatro estarão entre os top 16 e vão beliscar lugares no top 10.

5. A força dos desacreditados.
Outros que se destacaram nestes dois primeiros eventos: Luke Stedman, Tiago Pires e Michel Bourez.
O primeiro realmente, surpreendentemente, renovou seu surf.
Está com mais velocidade, arriscando mais, me impressionou pela mudança, embora o estilo continue deixando a desejar.
O segundo, o Sacca, não mudou nada no seu surf, continua mostrando a qualidade de sempre.
A pena é que os juízes também não mudaram nada, continuam jogando as notas do Tiago Pires lá embaixo.
Mesmo assim, o surfista português vai fazer o WT até o fim do ano e pode bem terminar entre os top 16.
O terceiro vai dar trabalho.
Michel Bourez é jovem, tem um surf moderno e com muita força.
Vai deixar os novos talentos, queridinhos da mídia, no chinelo, podem escrever.

5. E os estreantes?
Tanner Gudauskas.
Entre o resto dos estreantes, esse é o cara.
Pode ser que não consiga passar pela peneira do meio do ano, mas o surf que ele mostrou até agora o credencia como um dos mais consistentes da nova geração.
Tem o pacote completo (aéreos, rabetadas, etc) mas não é de circo, é surf, power surf de verdade.

6. Dane Reynolds?
Esse aí precisa de ajuda.
Tem surf de sobra, indiscutível.
Mas não é um atleta profissional.
Mal pode ser considerado um atleta.
Quem viu a entrevista depois da derrota humilhante do californiano diante do Jordy Smith sabe do que eu estou falando.
Vai continuar sendo estrela de filmes, ter as fotos em tudo quanto é revista, será o ídolo da molecada, mas se quiser ganhar alguma coisa no surf profissional vai ter que mudar de atitude.
Surf não é só esporte, é poesia, arte, sonho, imaginação, criatividade, alegria.
OK.
Só que quando falamos do esporte surf, do surf competição, já faz tempo que o buraco é mais embaixo.
Ou o cara leva a sério ou vai fazer outra coisa.
É isso.

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