quarta-feira, 31 de março de 2010

Guigi é TOP 5

Enquanto o segundo evento do WT não recomeça em Bells Beach, Austrália, por falta de ondas, aproveito o fim de mais uma etapa importante do WQS para fazer uma primeira análise do sistema de ranking unificado.
Quem não tiver paciência para os números, pode ir direto para o final e curtir as boas imagens das finais na Tasmânia.
O ubatubense Wiggolly Dantas foi o vice-campeão do primeiro evento da série O´Neill Cold Water Classic e assumiu o 5o lugar no ranking, com pouco mais de 7500 pontos.
Tem que aproveitar o momento, porque vai durar pouco.
Estou começando a achar que esse ranking unificado, ao invés de facilitar a renovação, vai é consolidar cada vez mais o lugar dos mesmos surfistas de sempre no circuito.
Explico:
A diferença entre a pontuação dos eventos do WQS e do WT é muito grande.
Quem quiser relembrar como são as regras, pode rever a explicação do Diego Alpendre.
Pra resumir, ao final da 5a etapa do WT, Teahupoo, os 12 últimos colocados do ranking principal voltam para o WQS e é o circuito unificado que vai decidir quem vai para o WT no ano que vem.
Em 2011, ficam os 22 primeiros do ranking principal e os dez primeiros do WQS.
Só que quem correu essas cinco primeiras etapas do WT já entra com uma vantagem enorme.
Se o cara terminar em 17o nos primeiros cinco campeonatos do ano (ou seja, ganhar uma bateria por evento) já garante 8500 pontos no ranking unificado.
Se esse mesmo surfista chegar nas quartas-de-final, em pelo menos uma das etapas, já somará 12250 pontos, quase o equivalente a duas vitórias em eventos seis estrelas Prime.
Ficará na frente de alguém que tenha vencido quatro campeonatos seis estrelas, por exemplo.
Já adianto, vencer quatro etapas seis estrelas é praticamente impossível.
Vencer um seis estrelas Prime, então...
Para vocês terem uma idéia do tamanho do desafio para a molecada brasileira, só existem nove eventos seis estrelas Prime no ano, dois já aconteceram e foram vencidos por surfistas mais do que manjados, C.J. Hobgood e o ex-WCT Josh Kerr.
Outros dois são parte da Tríplice Coroa Havaiana, Haleiwa e Sunset.
Em disputa mesmo, sobraram apenas cinco e três destes são na Califórnia, campeonatos super prestigiados, que sempre contam com maciça partipação dos melhores surfistas do mundo.
Não vai ser moleza.
De todo modo, como o importante é competir, até agora tem sido bacana acompanhar a participação dos brasileiros e sul-americanos nos eventos do WQS mesmo.
Vamos ver como a coisa evolui.
Quanto ao O´Neill Cold Water Classic, além do vídeo das finais, destaco a bateria entre Jordy Smith e Marco Giorgi.
Além de assistir à vitória do valente uruguaio, que terminou o campeonato em terceiro, vocês vão ver uma cena incrível, inédita talvez, do Jordy quebrando a prancha.
Não que o Jordy não quebre prancha.
Tem quebrado até com relativa frequência.
Nesse ano é a segunda vez que eu vejo ele quebrar prancha em bateria.
O patrocinador que fornece prancha pra ele deve até estar ficando preocupado com sua imagem.
Mas deste jeito, eu nunca tinha visto.
As imagens vocês vão encontrar no site do campeonato (no Heats on Demand, a primeira bateria do round de 16) ou no canal da ASP no Youtube.


terça-feira, 30 de março de 2010

Há muito mais no surf do que acredita nossa vã filosofia

Como vocês perceberam, passamos este mês de março bem desanimados, stressados com a correria do dia-a-dia, trampo, família, e esse sentimento se traduziu na nossa produção aqui no True Surfing, que caiu pela metade.
Pessoalmente, tenho tentado buscar no surf a energia para vencer os desafios.
Retomar o pique, renovar a motivação.
Buscando aquela limpeza mental que somente boas ondas, divididas com os amigos, pode proporcionar.
Esse vídeo que coloco abaixo é outro daqueles que serve pra chacoalhar os conceitos, traz um olhar diferente para o surf, ao mesmo tempo novidade e volta ao passado.
Pra começar, vem da Irlanda, um país totalmente fora do mundinho competição-pilates-surfwear-australiamericano do qual já estamos quase saturados.
Ao mostrar um pouco da história de três jovens irlandeses, desafiando sozinhos ondas pesadas, geladas, verdadeiros desbravadores, o filme consegue reunir cenas de surf muito intensas com uma forma de encararar o surf que merece ser relembrada, revivida.
É um daqueles filmes que traz a certeza que as coisas estão se transformando, que o surf está evoluindo (no sentido mais amplo que a palavra carrega).
Coisas novas vêm por aí.
Primeiro coloco o trailer, com quase quatro minutos.
O filme completo vocês podem assistir no site da Relentless.
Espero que gostem.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Páscoa Judáica e nossa mensagem contra o racismo

Hoje é a Páscoa Judáica e aproveito a oportunidade, e a dica do Kika, pra passar nossa mensagem contra o racismo e contra o anti-semitismo.
Vivemos um momento, especialmente no Brasil, em que certos valores precisam ser relembrados.
Enquanto nosso presidente se proclama aliado de um terrorista internacional declaradamente anti-semita, o famigerado Ahmadinejad, presidente do Irã, e que o Supremo Tribunal Federal discute a constitucionalidade das cotas raciais (???!!!??) nunca é demais lembrar que somos todos iguais perante Deus (ou Alah, Jeová, Shiva, Tupã, etc).
Existe apenas uma raça, a raça humana, e isso, além de um valor universal, é também ciência.
Geneticamente, diferimos (pouco) dos macacos e praticamente nada de qualquer outro ser humano.
Há mais de 50 anos já se sabia que: "Menos que um fato biológico, raça é um mito social, e, como tal, tem causado em anos recentes pesados danos em termos de vidas e de sofrimento humanos" (UNESCO, 18 de julho de 1950)
É o que isso tudo tem a ver com o surf?
É que o atual campeão mundial, Mick Fanning, ídolo de toda uma geração do surf (não é a minha, certamente), se meteu numa baita confusão ao expulsar da festa da Rip Curl um dos jornalistas da STAB, a revista australiana, com gritos sugerindo o anti-semitismo ("Fucking Jew").
Papelão geral.
Saiba mais aqui, aqui e aqui.
Lamentável.
Quem se interessar sobre o assunto das cotas raciais e quiser conhecer um pouco da luta contra a racialização do Brasil, pode ler mais aqui.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pode internar que o caso é sério!!

Boa noite a todos.

Sei que eu estou em dívida. Não consigo escrever!
Creio que estou passando por mais um momento de transição em minha vida, e talvez por esta razão, eu não venha me empolgando o suficiente para escrever sobre surf.

Não me animei com nenhum campeonato (salvo o Pena Pro em Noronha), e até ouso dividir com vcs minha real opinião sobre o surf competição deste ano:

Vão fazer (estão fazendo)de tudo para entregar o título mundial de 2010 para Taj Burrow.

Putz!! Que exagero meu!! Será?
Esse é o cheiro que sinto no ar. Não deu em 2009 com o Joel, agora é o Taj. Antes que a aposentadoria devore esta sensacional dupla de talentosos australianos, que ficaram apenas com as sobras de tudo que conquistaram Kelly Slater, Andy Irons e Mick Fanning. Pra mim, ta virando tudo muito previsível...

Bom, como eu ia dizendo... Estou sem o menor ânimo para falar de surf, e principalmente quando o assunto é competição. Cada vez mais ácido, mau humorado e intransigente... Assim não dá né?!

Sendo assim, vou falar de ondas!!

Afinal este é um assunto que, se eu perder o gosto... Pode internar que o caso é sério!!

Das profundezas de nossas buscas internetianas, segue uma de nossas pérolas mais brilhantes e belas.



Saúde e Paz
Petrus

sexta-feira, 19 de março de 2010

Drug Aware Pro - Que lixo!

Pois é, meus queridos.
Aqui no True Surfing queremos ver o que há de melhor no surf mundial, seja free surf, surf masculino, feminino, ondas grandes, competição, o que for.
Pois o campeonato em Margareth River, no oeste da Austrália, poderia bem ser um exemplo do que há de melhor no surf.
E, quem sabe, até é.
Só não tenho como dizer.
É um evento seis estrelas Prime, com a presença de 32 dos 45 melhores surfistas do ranking mundial, as ondas estão com tamanho, ontem estavam com doze, quinze pés, tem esquerdas, direitas, potencial não falta.
Só que não dá pra ver nada.
Ontem a transmissão caiu, o site ficou fora do ar por um bom tempo.
Hoje, está impossível assistir uma onda inteira, travando o tempo todo.
Um lixo.
Pra completar o site é tosco, pra dizer o mínimo, e os vídeos com os melhores momentos são, pra ser simpático, ridículos.
Não mostram os verdadeiros melhores momentos e não dá pra saber quem é o surfista, trabalho de amadores, de quinta categoria.
Pra vocês terem uma idéia, está bem pior que a transmissão do Hang Loose Pro, em Fernando de Noronha (o que parecia impossível).
Que papelão.
E nós que pensávamos que 2010 traria boas surpresas para nós, internautas.
Decepção total.
Coloco abaixo um dos vídeos com os melhores momentos do quinto dia.
Diz a lenda que a transmissão ao vivo pode ser vista aqui.

quinta-feira, 18 de março de 2010

De volta, sem queixas nem reclamações

Queridos leitores,

Em primeiro lugar, tenho que pedir desculpas pela ausência.
Quase duas semanas longe do blog.
A sorte é que tenho um parceiro bom demais que segura a onda em qualquer situação.
O post do Petrus sobre o surf feminino no Brasil está imperdível.
Não tem como não se revoltar.
Bem, temos muita coisa pra postar, novos vídeos, a cobertura de mais uma etapa Prime do WQS, já rolando em Margareth River, a avaliação final da primeira etapa do circuito mundial, enfim, recuperar o tempo perdido.
Mas isso fica pra depois.
As vezes temos mesmo que dar uma parada e refletir sobre o que tem realmente valor em nossa vida.
O vídeo abaixo é pra provocar essa reflexão.
Devemos agradecer sempre por tudo de bom que temos e vivemos.
Sempre que você sentir aquele impulso para reclamar de algo ou fazer alguma queixa, morda a língua.
Muitos de vocês já devem ter visto.
Mesmo assim, faço questão de publicar.
É pra guardar e assistir de vez em quando, só para lembrar.

BIRTHRIGHT from Sean Mullens on Vimeo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

"As outras"são muito melhores...

O futuro do surf brasileiro.

Caros leitores, o que eu tenho para falar é coisa muito séria. Pelo menos para quem tem interesse pelo futuro do ESPORTE surf no nosso país.

Aliás, este texto está mais para um manifesto, do que uma matéria como outra qualquer. Como alguns de vcs sabem, costumo participar de alguns eventos amadores em São Paulo. Nada grande coisa, ainda mais levando em consideração a minha idade e o fato de eu nunca ter morado na praia. Tudo apenas por pura diversão.
Por outro lado, acompanho minha namorada em praticamente todos os campeonatos amadores femininos de surf, campeonatos estes, que são a peneira e porta de entrada para as surfistas brasileiras que desejam dar uma passo a mais rumo ao mundo das competições.

Durante o final de semana passado, pude acompanhar as finais do Rip Curl Grom Search em Itamambuca – SP. Evento muito bem realizado, e que foi presenteado com excelentes condições de realização: ondas, sol e ventos adequados. Ou seja, tudo que se pode querer em um evento deste porte.

Nas categorias de base masculinas, pude notar que temos alguns diamantes brutos muito promissores, o que me deixa um pouco tranquilo...

Agora, quando o assunto são as mulheres, principal motivo deste texto, a história é outra. E ela é muito, mas muito triste mesmo!
Em relação às competições locais em outros países, o nível apresentado por nossas atletas está muito baixo. Eu diria até, que está anos luz dos países que têm maior cultura surf, ou mesmo costume da prática deste esporte entre as mulheres.

Na minha opinião, a culpa disso tudo, está justamente em quem organiza os eventos, e na estrutura motivacional para o surgimento de novos talentos.

Me explico melhor:

Temos no Brasil, um circuito exclusivamente feminino chamado seletiva Petrobrás, que serve como acesso para a versão feminina do campeonato brasileiro de surf profissional.
Este circuito, foi composto em 2009 por 3 etapas, sendo uma no Nordeste, e outras duas distribuídas entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Na categoria principal (PRO-AM), são abertas 16 vagas por etapa. Isso mesmo, não é engano não!!! São 16 vagas por etapa... Leve em consideração, que não há qualquer tipo de triagem, e que praticamente todas as vagas já são previamente preenchidas por atletas pré-ranqueadas do ano anterior, ou “conhecidas” dos organizadores e do nosso mundinho POP-SURF.. Sendo assim, não sobra espaço qualquer para renovação.

IMPORTANTE: Não estou inventando nenhuma palavrinha em meu texto. Eu mesmo, na figura de treinador e manager de uma atleta da categoria feminino PRO-AM, após muita, mas muita persistência, só consegui uma vaga na última etapa de 2009 no Rio de Janeiro. Isso, após aguardarmos a confirmação de desistências, e não termos conseguido participar de nenhuma etapa em 2008.
Na etapa de São Paulo (segunda), onde não conseguimos participar, mesmo realizando escrição e pagamento dentro do prazo (vai entender...), o que se viu foram as mesmas atletas correndo 2 ou 3 categorias diferentes, e minha competidora ficou de fora, sendo ressarcida de sua verba de inscrição semanas após o evento. A alegação dada pela organização, é que como não havia pré-ranqueamento, teríamos que esperar abrir a oportunidade.
Prestem atenção: no dia que fizemos a inscrição, haviam vagas em aberto. Porém, fomos informados após o prazo encerrado, que atletas já ranqueadas teriam prioridade sobre a nossa inscrição, feita com mais antecedência.

Relevando tudo isso, minha pergunta fica muito clara e simples:

Como pode um país, com o tamanho do Brasil, achar que vai revelar algum talento, selecionando atletas de um grupo de 16 pessoas? Sendo que dentro destas 16, estão a organizadora e detentora do evento (projeto Petrobrás), e que todos se conhecem, formando aquela tradicional panelinha?

Volto agora aos dias de hoje, mais especificamente domingo passado.
O nível do campeonato feminino no Rip Curl Grom, foi muito baixo. Não temos nenhuma atleta que possa ser considerada uma futura Silvana Lima. Quem sabe, possa surgir uma nova Bruna Shmidt, o que francamente, não vai nos ajudar em nada.

Quem acompanha o WWT sabe do que eu estou falando. As atletas estrangeiras (AUS, HAWAII , EUA e FRA) são MUITO MELHORES que nossas meninas, basta ver o estrago que algumas meninas como Coco Ho, Lee Ann Curren ou Carissa Moore estão fazendo no circuito.

Durante o ISA games na Nova Zelândia, ninguém falou nada do surf feminino, afinal, com nosso prodígio Medida, este assunto ficou de lado.
Mas o fato é que as meninas (de outros países) estavam soltando todo tipo de manobras, inclusive aéreos.
O que eu vi este final de semana em Itamambuca, com um mar realmante muito bom, foi um monte de meninas perdidas no outside, que quando desciam suas ondas, se satifaziam em completar alguns cut-backs, chamados com muito boa vontade pelos narradores do evento de “rasgadas”, seguidas de uma “matação” de barata até o raso.
À campeã do circuito, uma passagem para Austrália, curso de inglês de um mês, e exposição na mídia.
Excelente iniciativa da Rip Curl, e ficam aqui meus parabéns por isso. Mas do ponto de vista do crescimento do esporte em nosso país, o buraco está bem mais embaixo. Nossa melhor atleta sub-16, que vai representar o Brasil na terra dos cangurus, ainda está aprendendo a dar uma boa cavada.

Como reduzir rapidamente este abismo??

Aceitamos sugestões!! E olha que é urgente!!

Quando a Silvana sair, acabou pro Brasil...E pelo visto, por muuuuuito tempo.

Segue abaixo um videozinho um pouco longo, mas serva apenas para ilustrar tudo o que eu disse sobre "as outras".

Até mais.
Petrus

sexta-feira, 5 de março de 2010

Quiksilver Pro - Taj no topo do mundo

Taj Burrow venceu o Quiksilver Pro, um uma final com poucas ondas de qualidade, contra o Jordy Smith.
O último dia foi meio anticlimático, depois do show do Dane Reynolds nas quartas-de-final.
De todo jeito, o saldo do campeonato é muito positivo.
Como eu já disse e repeti algumas vezes, quando tem onda, o WCT é show de surf.
Dêem uma olhada nos melhores momentos das quartas-de-final e digam se estou exagerando.
No final do dia escrevo a análise completa desta primeira etapa.
Pra já ir preparando a discussão, leiam este texto (em inglês) do Phil Macdonald sobre a demissão do Perry Hatchet e os juízes na ASP.
Não deixem de assistir aos vídeos no site oficial do Quiksilver Pro.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Quiksilver Pro - Terminam as quartas-de-final e começa o futuro.

As quartas-de-final chegaram ao fim.
Semi-finais: Taj Burrow X Bobby Martinez e Dane Reynolds X Jordy Smith.
É o primeiro evento do WCT em 2010, todo mundo de olho no que vai acontecer, quem está bem, como os novatos vão se comportar, quem evoluiu, quem está melhor preparado fisicamente, que pranchas estão usando, etc.
Bem, o campeonato nem terminou e já podemos dizer que não há nada para comentar além da performance do Dane Reynolds nestas quartas-de-final.
Joel Parkinson, que venceu quase tudo no ano passado, que brigou pelo título até a última etapa, o rei do estilo, ídolo de toda uma geração, foi apenas um figurante na sua bateria contra o garoto-prodígio.
Surfando em casa, Parko não conseguiu ameaçar Dane Reynolds em nenhum momento.
Fez uma das melhores somatórias do campeonato, 17,47 nas duas melhores ondas, e ainda assim terminou em combinação.
Não é que Joel Parkinson foi incapaz de alcançar o nível de surf que Dane apresentou.
Joel Parkinson É incapaz de alcançar o nível de surf que Dane apresentou.
Em seu favor, eu diria que, no momento, talvez só o extra-terrestre Kelly Slater seria capaz de fazer algo parecido.
O próprio Kelly Slater, comentando a bateria, foi taxativo: é o melhor surf do mundo.
O futuro chegou.
2010 será um ano marcante na história do surf.

P.S. Só pra não deixar passar, os juízes se confundiram novamente na bateria entre Jordy e Bede Durbridge. Pelo visto, essa também deverá ser uma constante neste ano, infelizmente.

Quiksilver Pro - Adriano derrotado.

Eu sei que é chato reclamar do julgamento.
É claro que o Taj Burrow surfou muito bem.
Mas, como o José Luiz comentou num post anterior, os caras estão perdidos no julgamento.
Não estou dizendo que existe uma conspiração, nem nada.
Creio que foram muitas mudanças acontecendo junto e os caras ainda não se acharam.
Mudaram o crítério, mudaram o sistema todo, com a redução do número de competidores para 32 depois da 5a etapa e o novo ranking unificado, e ainda mudaram o Head Judge poucos dias antes do início do circuito.
De qualquer modo, a bateria já começou cheirando mal.
Adriano pegou uma onda antes de terminar a contagem regressiva para o reinicio da bateria, mas a onda não valeu.
Reiniciaram assim mesmo?
Estranho.
Depois, deram uma nota 9,27 para o Taj numa onda em que duas das três primeiras manobras foram cutbacks.
A partir daí, o brasileiro tentou o que foi possível mas os juízes não cooperaram.
Precisando de um 6,45, deram 6,43.
Taj pegou uma onda igual ou pior que a onda em que Adriano pontuou 7,33.
Para o Taj, nota 8,43.
Resultado, Adriano termina na 5a posição, leva pra casa dez mil dólares e 5250 pontos.
Apenas pra lembrá-los do novo sistema de ranking unificado, CJ Hobgood já tem 6500 pontos graças à vitória em Noronha, um evento seis estrela prime do WQS.
Agora, Mineiro segue para Margareth River, evento que também dá 6500 pontos para o vencedor, e na sequência, Bells Beach.
A cobertura completa, aqui no True Surfing.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Quiksilver Pro - Essa previsão eu não errei

Acabou a última bateria do 4o round.
Acertei a previsão.
Kelly ganhou.
Só que parece que os juízes não estão querendo que eu melhore minha média de acertos.
Kelly ganhou mas não levou.
Os juízes jogaram as notas do nove vezes campeão mundial lá embaixo e deram uma nota 8,33 para o Jordy Smith numa onda que mal valia um sete e meio.
Daqui a pouco a bateria estará disponível no site do campeonato e vocês poderão conferir a sacanagem que fizeram com melhor surfista do mundo.

Quiksilver Pro - Adriano vence de forma espetacular e eu errei praticamente tudo.

Adriano de Souza é demais.
Sangue-frio, determinação, cabeça boa e muito, mas muito surf.
Como havíamos antecipado, foi uma bateria duríssima.
Adrian Buchan surfou com muita precisão e vendeu caro a vitória para o Mineirinho.
O final da bateria viu a liderança trocar de mão quatro vezes, a definição acontecendo somente no último segundo.
Emocionante.
Até agora foi uma das poucas previsões que eu acertei.
De forma geral, errei feio.
Taj Burrow escovou o Chris Davidson (está bem, confesso: minha previsão de vitória para o Davo tinha muito mais torcida do que análise objetiva, mas, quem liga?).
Na terceira bateria do dia, Bobby Martinez surfou melhor que Damien Hobgood, como eu havia antecipado, só que tão bem que Damo não teve nem chance. Nem Damien nem os juízes.
Na sequência, Kai Otton despachou mais um favorito, ninguém menos que o bi-campeão mundial Mick Fanning.
A bateria aconteceu na maré cheia mas mesmo assim Mick conseguiu achar um tubo na primeira seção que lhe rendeu uma nota 8,97.
Só não foi suficiente para vencer a velocidade, verticalidade e variação de manobras que Kai Otton apresentou.
Mick Fanning terminou precisando de uma nota seis, mas a onda não veio.
Errei a previsão, mas foi um erro calculado
Joel Parkinson, pelo menos, não me deixou na mão.
Freddy P quase surpreende, pegou a melhor onda da bateria mas não conseguiu achar uma segunda nota.
Foi a segunda previsão que eu acertei.
Nas baterias 5 e 6 o vexame foi ainda pior.
Não sei como, confundi tudo e troquei os competidores de bateria.
Fui desclassificado.
Uma novidade que estamos observando na transmissão tem a ver com as entrevistas após as baterias.
Diferente dos últimos anos, estão entrevistando também os surfistas derrotados.
As entrevistas com os vencedores são sempre muito parecidas, repetitivas até.
Era uma coisa que fazia falta.
No próximo post comento a bateria entre Jordy e Kelly.
E pra quem ainda não sabe, a ESPN Brasil está transmitindo o campeonato ao vivo.
Parabéns à ESPN, excelente iniciativa.

Quiksilver Pro ao vivo. Mineiro contra Adrian Buchan

Começou a 4a fase do Quiksilver Pro, na Austrália.
Mineiro está na água, surfando contra Adrian Buchan.
Vocês podem assistir e torcer pelo brasileiro aqui.

Quiksilver Pro, 3o round - 2a parte. Nenhuma grande surpresa.

Terminado o 3o round do Quiksilver Pro, finalizo a análise das baterias restantes e ainda arrisco um prognóstico do que vem por aí.
Terminei os relatos do post anterior na 9a bateria.
Daí pra frente, a única coisa que pode ser considerada inesperada foi a vitória do Daniel Ross sobre o CJ Hobgood.
O grandalhão australiano ganhou na escolha de ondas, pegou alguns tubos e acertou duas boas manobras no outside logo no início da bateria.
CJ aliviou na melhor onda que pegou.
Se tivesse arriscado mais nas duas primeiras seções certamente venceria a bateria.
No duelo entre os havaianos, Freddy Patacchia e Kekoa Bakalso, o surf mais fluido do primeiro fez a diferença.
Jeremy Flores perdeu para Dane Reynolds numa bateria muito apertada.
Não dá nem pra dizer que o Dane foi ajudado embora, numa hora dessas, meio ponto a mais de subjetividade façam toda a diferença.
Jeremy errou quando não podia e deixou para os juízes decidirem: se deu mal.
Pra completar, ainda machucou o tornozelo, novamente.
Esperamos que não tenha sido nada grave.
Bede Durbridge e Kelly venceram sem dificuldades.
Bede pegou as melhores ondas do dia, quase fez 20 pontos na soma das duas ondas.
Já o Kelly surfou para o gasto.
As ondas tinham piorado, com muita correnteza e muito vento e mesmo assim ele somou quinze pontos nas duas melhores ondas, a 5a melhor somatória do dia.
E podia ter sido mais.
O vídeo da bateria não mostra mas, na sua primeira onda, ele pegou um tubo muito longo em uma onda da série. Caiu no finalzinho e, como ele mesmo disse ao sair da água, sua nota foi de dez para dois.
A última bateria do dia foi a mais emocionante.
Contra Jordy Smith, no finalzinho da bateria, Tiago Pires precisava de uma nota sete.
Pegou uma das maiores ondas do dia, não foi extremamente radical mas arriscou o que podia.
Pegou um meio tubo, acertou duas manobras arriscadas no espumeiro mas acabou tirando pouco mais que seis e meio.
Mais uma vez, a bateria foi decidida naquele meio ponto de subjetividade.
Vocês podem conferir tudo no site do campeonato.

Pra terminar, seguem minhas previsões para o 4o round, pela ordem:

1a bateria: Brasil zil zil!
Mineiro vence o Ace Buchan.
A escolha de ondas será crucial e ele não poderá errar porque o australiano, como já disse aqui uma vez, além de surfar muito, é um dos melhores competidores do circuito. Parada duríssima.

2a bateria: Zebra
Aposto no Davidson contra o Taj Burrow.
Taj já disse várias vezes, e repetiu ontem após sua bateria contra o Owen Right, que prefere surfar contra grandes surfistas, em que é tudo ou nada e ele tem que mostrar todo o seu surf.
Contra surfistas de menor calibre ele acaba se sentindo muito pressionado, com a obrigação de vencer, e isso atrapalha sua performance.
É uma aposta arriscada mas seria um resultado muito bom para o Mineirinho.

3a bateria: Seis contra um.
Na batalha entre os goofyes Bobby Martinez e Damien Hobgood, vence o Damien.
Bobby Martinez está surfando mais mas os juízes estão gostando mais do surf polido do Damo.
O cara ganhou uma nota oito na bateria contra o Luke Stedman que foi um verdadeiro presente.
Vai ser difícil o Martinez vencer os seis adversários, Damo e os cinco juízes.

4a bateria: Mick Fanning
Kai Otton só tem chance contra o Mick Fanning se a maré estiver cheia.
E ainda assim, pouca chance.
Kai está surfando com velocidade e variando as manobras, bem de acordo com os novos critérios de julgamento.
Vem de uma boa vitória contra um dos "Coolie kids", despachando o Dean Morrison no 3o round, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
Se o mar estiver bom, não tem pro campeão mundial.

5a bateria: Sem surpresas
Patacchia é um dos atletas que tem mostrado mais evolução do ano passado para este.
No segundo round já tinha surfado bem e continuou imprimindo seu ritmo neste 3o round.
Infelizmente, para ele, na próxima fase vai enfrentar o Joel Parkinson e dar adeus ao torneio.

6a bateria: essa é fácil, vai dar Bede Durbridge.

7a bateria: Vence o sortudo.
Nessa bateria eu aposto novamente no azarão.
Dane Reynolds é o queridinho da mídia e com certeza surfa muito melhor que o Kieren Perrow.
Repararem, porém, nas baterias que o australiano surfou até agora.
O cara está com uma sorte danada, sempre pegando as melhores ondas e dando um jeito de pegar os melhores tubos da bateria.
Acho que vai ser pau a pau e vence o Kieren, apeser do abismo que existe entre os surf dos dois.

8a bateria: Alien X Predador
Essa é imperdível, Jordy Smith contra Kelly Slater.
Tomara que as ondas estejam boas.
O fator psicológico vai fazer a diferença.
Vai dar Kelly, porque ele tem uma cabeça melhor. É só o Jordy cometer o primeiro erro e, babau, não recupera mais.

É isso aí.
Coloquem suas apostas nos comentários, vamos ver quem acerta mais.
Abraços,

Chocolate

terça-feira, 2 de março de 2010

Quiksilver Pro, 3o round - 1a parte. Os moleques foram humilhados.

Continua rolando o 3o round do Quiksilver Pro, primeira etapa do World Tour, o circuito mundial de surf.
Enquanto os vídeos não aparecem no site do campeonato, faço um resumo dos melhores momentos até agora.
A primeira bateria, Jadson André X Adriano de Souza, foi uma pena.
Adriano confirmou que é um dos favoritos à vitória.
Foi vertical como poucos durante o dia.
Variou as manobras, surfou com força, radicalidade, fez tudo certo.
Jadson somou 14,46 pontos em suas duas melhores ondas.
Teria vencido a maior parte das baterias do dia com a pontuação que fez.
A segunda bateria teve um final emocionante.
Adrian Buchan venceu Taylor Knox no último segundo da bateria com uma onda curta que, graças a batidas de backside impressionantes, lhe rendeu 7,27 pontos.
O australiano será o adversário do Mineirinho na próxima fase, vai ser difícil mas sou mais o brasileiro.
Com a maré cheia, as ondas não coperaram e o confronto entre Taj Burrow e Owen Right foi, simplesmente, decepcionante.
Owen Right pegou uma onda muito boa, logo no início da bateria, mas errou a segunda manobra.
A partir daí, Taj, mesmo gripado, foi construindo, pacientemente a vitória enquanto Owen foi cometendo um erro atrás do outro.
Owen Right terminou somando apenas 6,67 nas duas melhores ondas.
Na sequência, Andy Irons mostrou que vai ter que mudar muito pra realmente entrar na briga.
O tri-campeão mundial está sem ritmo, sem força, caindo muito, surfando sem alma.
Eu diria que Teahupoo é a grande chance do havaiano mudar esse quadro.
Se não acontecer nada de diferente, acredito que será o fim da carreira dessa lenda viva do surf.
Não o vejo competindo no WQS, muito menos vencendo alguma coisa.
Bobby Martinez venceu surfando com muita precisão.
Assisti só o começo da bateria entre Damien Hobgood e Luke Stedman.
Hobgood surfou de forma limpa, com suavidade e leveza. Luke Stedman, por sua vez, mostrou coragem e comprometimento (o famoso "comitment").
No final, Damien avançou para o 4o round.
O que falar das baterias do Joel Parkinson e Mick Fanning?
Os novatos Brett Simpson e Dusty Paine foram simplesmente atropelados.
Não deu nem graça.
Os moleques foram humilhados.
Tomaram um choque de realidade.
Tenho certeza que vai estar todo mundo "pianinho" na próxima etapa.
Parko, em particular, estraçalhou.
As notas não mostram o que aconteceu.
Os juízes seguraram as notas, ele recebeu uma nota oito e meio numa onda em que eu aqui já tinha dado um dez.
Mesmo assim, até o Martin Potter, comentarista oficial do campeonato, destacou a participação do Adriano de Souza como um dos grandes destaques do dia.
Aguardem, no próximo post, o relato das baterias restantes.

Quiksilver Pro ao vivo. Mineiro vence Jadson.

Assita ao vivo o Quiksilver Pro, direto de Snapper Rocks, Austrália.
Os dois brasileiros que sobreviveram aos primeiros rounds encontraram-se na primeira bateria do 3o round.
Os dois surfaram muito bem.
No final, Adriano de Souza venceu Jadson André e avançou para a próxima fase.
Jadson termina sua primeira participação na primeira divisão do circuito mundial na 17a posição.
Muita coisa boa vem por aí.
Os medalhões do circuito irão enfrentar a nata da nova geração.
Taj Burrow enfrentará Owen Right.
Mick Fanning surfará contra Brett Simpson, Kelly pegará Pat Gudauskas e Joel Parkinson, Dusty Paine.
Será que algum destes novatos vai conseguir avançar?
Acompanhem a cobertura completa do 3o round aqui no True Surfing.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Imagens do Roxy Pro Austrália

Falamos muito do WCT masculino mas não esquecemos das meninas.
Antes das baterias masculinas de ontem, teve início o Roxy Pro, primeira etapa do circuito mundial feminino.
Já não é nenhuma novidade o salto de qualidade que as mulheres estão apresentando no surf.
Antigamente era dureza assistir aos campeonatos femininos.
Com raras exceções, faltava velocidade, faltava leveza, faltava estilo.
Se você ainda não se convenceu que a nova era já começou, confira os melhores momentos do primeiro round e abra sua cabeça.

"mini riders" - essa foi genial!

O site Waves publicou uma curta nota, quatro parágrafos apenas, mas que, na minha opinião, já tem seu lugar guardado na história.
É que eles acabaram de criar o termo que define aqueles palhaços que, se achando os maiores big riders, insistem em entrar com seus jet-skis em marzinhos normais, infernizando e colocando em risco a vida dos surfistas de remada: são os "mini riders".
Com letra minúscula mesmo.
"mini rider".
Genial!
É o que eles são, mini.
Espírito: mini.
Coragem: mini.
Respeito: mini.
Educação: mini.
Cidadania: mini.
Só o papelão que é maxi. Papelão máximo.
E olha que eles estão por aí há um bom tempo, só não tinhamos como chamá-los (chamar de playboy idiota é uma generalização que não cabe e que ainda vem carregada de preconceito).
Agora temos.
Fui buscar nos meus arquivos e encontrei um texto que escrevi em 2003 sobre o assunto e acabou sendo publicado no próprio Waves.
Sete anos se passaram desde então e os mini riders não aprenderam nada.

Quiksilver Pro 2010 - Brasileiros mais perto da porta de saída

No post anterior, o Petrus fez um bom resumo do primeiro dia do Quiksilver Pro, em Snapper Rocks, Austrália.
Pra completar o show de imagens, separei abaixo dois vídeos com os melhores momentos do primeiro dia, o primeiro é o vídeo oficial e o segundo vem do blog do Fred Patachia.
Ontem, aconteceram oito baterias do segundo round, e já temos os primeiros eliminados do ano.
Está todo mundo com a faca nos dentes nesse início de circuito mundial, versão 2010.
Ou no pescoço.
Lembrem-se que depois da 5a etapa do WCT, os dezesseis surfistas na parte de baixo do ranking voltarão para o WQS e o circuito vai continuar com apenas 32 competidores.
Ou seja: Marco Polo, Neco Padaratz, Tanner Gudauskas, Blake Thornton e Travis Logie, os eliminados de ontem, já deram o primeiro passo rumo ao fim da fila.
Destes, só o Tanner Gudauskas fez realmente uma boa média, acima de 15 pontos, e mostrou que pode se recuperar nas próximas etapas.
Dos brasileiros, Neco Padaratz surfou bem mas não o suficiente para vencer o Damien Hobgood.
Vi até alguns gringos comentando, nos blogs e sites de surf por aí, que as ondas do Neco poderiam ter recebido notas mais altas.
Não achei.
O americano surfou melhor as boas ondas que pegou e mereceu ganhar.
O chato é ver o Neco mais uma vez reclamando, gesticulando pros juízes, fazendo o seu showzinho.
Já virou um personagem caricato, que ninguém mais leva a sério.
Marco Polo, por sua vez, foi escovado pelo Jordy Smith.
O brasileiro deixou Jordy pegar várias ondas boas, mesmo quando a prioridade era sua.
São erros típicos de iniciante mas que podem custar muito caro nesse novo formato de WCT.
Para eles, a primeira chance já foi.
Só restam mais quatro.
Vamos torcer para as ondas estarem grandes em Bells, a próxima etapa.
Talvez os dois possam mostrar mais do que mostraram ontem.
Vocês podem assistir à eliminação dos dois brasileiros aqui.



Insurfnews.com - Quiksilver Pro Round One Highlights from Andrew Oliver on Vimeo.