quinta-feira, 2 de julho de 2009

Hang Loose Santa Catarina - Análise do 3o round

Rolou nesta quinta-feira a 3a fase do Hang Loose Santa Catarina Pro, etapa brasileira do WCT.
Vamos fazer aquele esforço danado para deixar de lado as falhas da transmissão, tentar olhar o lado positivo, e analisar somente o surf.

(Tudo bem, tudo bem. Vamos comentar algumas presepadas que aconteceram, mas só no final do post, OK?)

Numa visão geral, deu a lógica na maior parte das baterias. De surpresa mesmo, só o desempenho dos jovens havaianos, Dustin Barca e Kekoa Bacalso, que eliminaram, respectivamente, Jordy Smith e Dean Morrison.

O destaque negativo vai para a performance do Heitor Alves.
Aqui no True Surfing sempre vamos elogiar o surf do rapaz. Ele tem um talento extraordinário.
Agora, precisa colocar isso pra funcionar nas baterias.
Na minha modesta opinião, ele usou uma estratégia equivocada.
Enquanto Damien Hobgood pegou logo duas ondas intermediárias, tirando notas 7 e 5, Heitor ficou esperando a onda boa da série. Ela só veio depois de 18 minutos (faltando apenas 12 minutos para o fim da bateria).
A onda realmente era boa, com tamanho e abrindo. O surfista brasileiro errou a primeira manobra, caiu, e não conseguiu mais se recuperar na bateria
Terminou sua participação no campeonato com uma pontuação ridícula (quatro pontos e meio, somando as duas melhores ondas).
Foi um desempenho parecido com a bateria do primeiro round.
Heitor poderia ter tirado um high score, SE tivesse acertado as manobras. Poderia vencer, SE não errasse tudo o que tentou.
Com um SE atrás do outro, corre o risco de ficar fora do WCT, mesmo tendo surf para detonar metade dos caras do tour.
Acontece que campeonato de surf não é só talento, tem que usar a cabeça, e aí meu amigo ...
Um de nosso maiores colaboradores costuma dizer que o que "falta é feijão com arroz" para os atletas brasileiros em geral.
Ou seja, falta uma base mais sólida, preparo psicológico e mental.
Na hora que o cara tá lá sozinho, tendo que resolver, falta bagagem pra reverter a parada.
Não sei se é esse o caso do Heitor. O que sabemos é que, o que quer que tenha sido planejado, não funcionou.
É verdade também que as ondas demoraram para engrenar. As baterias da manhã, tirando a do Mineirinho, foram bem fracas de onda. Na bateria do Heitor X Hobgood os caras quase saíram remando do mar, não entrava nem uminha pra sair no jacaré.
Tudo isso somado, o clima geral parecia de desânimo. Baterias com notas baixas, os caras fazendo milagre pra tirar um 5,5, as ondas escassas e muito cheias.
Só começou a melhorar depois do meio-dia.

O ponto alto do 3o round, foi, sem dúvida, a bateria Joel Parkinson X Neco.
Pelo menos teve onda e o Neco fez o que deu pra fazer. Lutou até o fim, tirou boas notas, não ganhou mas foi por pouco. Que sirva de exemplo pra Jihad e Heitor Alves: um pouco de garra não faz mal pra ninguém.

Dito isso, não consigo deixar de comentar alguns fatos constrangedores que os que assistiram a transmissão em inglês foram obrigados a presenciar. Não vou me estender muito pra não parecer que estamos pegando no pé. É verdade que a equipe de transmissão está tentando melhorar, tentando reverter o quadro, mas algumas emendas acabaram ficando piores que o soneto.
Vou só relatar o que aconteceu e vocês fazem o julgamento.

Cena um: Comentando o campeonato, Luke Egan e Borat.
Borat??
Brincadeiras a parte, colocaram um francês pra comentar o campeonato em inglês.
Não era o Borat mas o sotaque era parecido.
Quem é o cara? Não sei.
Pelo visto, Luke Egan também não sabia, já que lá pelas tantas perguntou: Como é que você veio parar aqui? Porque alguém deveria estar no nosso lugar comentando" (ou seja, estavam ali de para-quedas, quebrando um galho).
O cara teve que se explicar, que já fez alguns campeonatos na Europa, que estava seguindo o EuroTour. E terminou dizendo: "Pelo menos aqui é um bom lugar para assistir o campeonato." Caramba!
Fiquei meio sem graça (ao me colocar no lugar dos caras que pagaram pra esse evento acontecer) quando o Luke Egan, em certo momento, lembrou: "por falar nisso, talvez seja bom agradecer aos patrocinadores" (primeira vez que alguém lembrou de fazer isso, e já iam 4 horas de transmissão). Esqueceu de citar alguns (afinal, era tudo improvisado mesmo), mas foi bacana da parte dele, uma gentileza.

Cena 2: (essa é de lascar)
O pessoal deve ter criticado tanto a transmissão que alguém resolveu apostar tudo na virada de mesa: colocaram três ou quatro meninas, com microfone na mão, na tentativa de zoar com os competidores.
Constrangedor (estamos usando muito essa palavra, eu sei, mas não por falta de imaginação. Eu termino a cena e vocês me dizem o que acham)
As perguntas não variavam muito, a abordagem padrão era: "Taj, você gosta mais das ondas ou das mulheres brasileiras?" "Como é que vocês se concentram com tanta mulher bonita?" e coisas deste tipo.
Minha irmã, numa hora dessas, diria: prende o cara que teve essa idéia "genial".
Roberto Justus com certeza usaria sua famosa frase, marca registrada.
Precisávamos mesmo passar por essa?
Bateria do Kelly na água (imagino que tenha sido o pico da audiência internacional) e as meninas fazendo o Taj Burrow passar por esse papelão.
No ápice da avacalhação, uma delas chegou no Bernardo "Pigmeu" Miranda e perguntou:
"Por quê seu apelido é "Pig"? Você não toma banho?"
Não aguentei. Desliguei a máquina na mesma hora, vermelho de vergonha.

Um comentário:

  1. E nem escrever uma palavra correta em inglês eles conseguem. Dá só uma olhada como está escrito melhores momento no site: High Lights-Round 3.... Ou seja, além de assassinar o inglês, eles assassinaram o português.... Será que nem o corretor do computador o FDP sabe usar?! Que merda Hang Loose!

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