quarta-feira, 3 de março de 2010

Quiksilver Pro, 3o round - 2a parte. Nenhuma grande surpresa.

Terminado o 3o round do Quiksilver Pro, finalizo a análise das baterias restantes e ainda arrisco um prognóstico do que vem por aí.
Terminei os relatos do post anterior na 9a bateria.
Daí pra frente, a única coisa que pode ser considerada inesperada foi a vitória do Daniel Ross sobre o CJ Hobgood.
O grandalhão australiano ganhou na escolha de ondas, pegou alguns tubos e acertou duas boas manobras no outside logo no início da bateria.
CJ aliviou na melhor onda que pegou.
Se tivesse arriscado mais nas duas primeiras seções certamente venceria a bateria.
No duelo entre os havaianos, Freddy Patacchia e Kekoa Bakalso, o surf mais fluido do primeiro fez a diferença.
Jeremy Flores perdeu para Dane Reynolds numa bateria muito apertada.
Não dá nem pra dizer que o Dane foi ajudado embora, numa hora dessas, meio ponto a mais de subjetividade façam toda a diferença.
Jeremy errou quando não podia e deixou para os juízes decidirem: se deu mal.
Pra completar, ainda machucou o tornozelo, novamente.
Esperamos que não tenha sido nada grave.
Bede Durbridge e Kelly venceram sem dificuldades.
Bede pegou as melhores ondas do dia, quase fez 20 pontos na soma das duas ondas.
Já o Kelly surfou para o gasto.
As ondas tinham piorado, com muita correnteza e muito vento e mesmo assim ele somou quinze pontos nas duas melhores ondas, a 5a melhor somatória do dia.
E podia ter sido mais.
O vídeo da bateria não mostra mas, na sua primeira onda, ele pegou um tubo muito longo em uma onda da série. Caiu no finalzinho e, como ele mesmo disse ao sair da água, sua nota foi de dez para dois.
A última bateria do dia foi a mais emocionante.
Contra Jordy Smith, no finalzinho da bateria, Tiago Pires precisava de uma nota sete.
Pegou uma das maiores ondas do dia, não foi extremamente radical mas arriscou o que podia.
Pegou um meio tubo, acertou duas manobras arriscadas no espumeiro mas acabou tirando pouco mais que seis e meio.
Mais uma vez, a bateria foi decidida naquele meio ponto de subjetividade.
Vocês podem conferir tudo no site do campeonato.

Pra terminar, seguem minhas previsões para o 4o round, pela ordem:

1a bateria: Brasil zil zil!
Mineiro vence o Ace Buchan.
A escolha de ondas será crucial e ele não poderá errar porque o australiano, como já disse aqui uma vez, além de surfar muito, é um dos melhores competidores do circuito. Parada duríssima.

2a bateria: Zebra
Aposto no Davidson contra o Taj Burrow.
Taj já disse várias vezes, e repetiu ontem após sua bateria contra o Owen Right, que prefere surfar contra grandes surfistas, em que é tudo ou nada e ele tem que mostrar todo o seu surf.
Contra surfistas de menor calibre ele acaba se sentindo muito pressionado, com a obrigação de vencer, e isso atrapalha sua performance.
É uma aposta arriscada mas seria um resultado muito bom para o Mineirinho.

3a bateria: Seis contra um.
Na batalha entre os goofyes Bobby Martinez e Damien Hobgood, vence o Damien.
Bobby Martinez está surfando mais mas os juízes estão gostando mais do surf polido do Damo.
O cara ganhou uma nota oito na bateria contra o Luke Stedman que foi um verdadeiro presente.
Vai ser difícil o Martinez vencer os seis adversários, Damo e os cinco juízes.

4a bateria: Mick Fanning
Kai Otton só tem chance contra o Mick Fanning se a maré estiver cheia.
E ainda assim, pouca chance.
Kai está surfando com velocidade e variando as manobras, bem de acordo com os novos critérios de julgamento.
Vem de uma boa vitória contra um dos "Coolie kids", despachando o Dean Morrison no 3o round, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
Se o mar estiver bom, não tem pro campeão mundial.

5a bateria: Sem surpresas
Patacchia é um dos atletas que tem mostrado mais evolução do ano passado para este.
No segundo round já tinha surfado bem e continuou imprimindo seu ritmo neste 3o round.
Infelizmente, para ele, na próxima fase vai enfrentar o Joel Parkinson e dar adeus ao torneio.

6a bateria: essa é fácil, vai dar Bede Durbridge.

7a bateria: Vence o sortudo.
Nessa bateria eu aposto novamente no azarão.
Dane Reynolds é o queridinho da mídia e com certeza surfa muito melhor que o Kieren Perrow.
Repararem, porém, nas baterias que o australiano surfou até agora.
O cara está com uma sorte danada, sempre pegando as melhores ondas e dando um jeito de pegar os melhores tubos da bateria.
Acho que vai ser pau a pau e vence o Kieren, apeser do abismo que existe entre os surf dos dois.

8a bateria: Alien X Predador
Essa é imperdível, Jordy Smith contra Kelly Slater.
Tomara que as ondas estejam boas.
O fator psicológico vai fazer a diferença.
Vai dar Kelly, porque ele tem uma cabeça melhor. É só o Jordy cometer o primeiro erro e, babau, não recupera mais.

É isso aí.
Coloquem suas apostas nos comentários, vamos ver quem acerta mais.
Abraços,

Chocolate

Um comentário:

  1. Assisti todas as baterias e fiquei muito confuso com as notas. A subjetividade aumentou de forma impressionante. A tônica deste ano: muitas reclamações e indignação com as notas dadas.

    ResponderExcluir