terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dois brasileiros na briga ... só que o Heitor vai precisar de ajuda

Terminou o terceiro round do WCT em Trestles.
Na primeira bateria do dia, Dane Reynolds conseguiu uma nota 8,33 com uma manobra apenas.
O aéreo que ele deu foi realmente impressionante, mas não para tudo isso.
Na onda seguinte, Ben Dunn quebrou uma pequena direita, acertando uma manobra bem forte na primeira seção e encaixando manobras verticais até a areia, e tirou um 6,5.
Na minha opinião, Dane Reynolds foi "empurrado".
Dêem uma olhada nos vídeos on demand e digam se estou sendo muito duro com o rapaz.
A segunda bateria do dia, Parko X Rob Machado, foi uma bateria estranha.
Os dois estavam muito nervosos (Luke Egan explicou que Parko está voltando de uma contusão, e que estavam felizes por ele ter conseguido surfar como surfou).
Rob Machado caiu na melhor onda da bateria, na sequencia foi a vez de Parko desperdiçar a chance de fazer uma boa nota.
Para vocês terem uma idéia, a nota mais alta da bateria foi um 5,7, do Rob Machado.
Parko pegou a última onda exatamente ao soar da buzina do fim da bateria e a onda não entrou na somatória.
Foi uma decisão um tanto polêmica.
Talvez os juízes tenham sido influenciados pelo número de vezes que assistiram o trailer do filme "The Drifter" (uma verdadeira lavagem cerebral).
O líder do ranking teria passado, só precisava de uma nota 5,77.
Vamos ver como isso vai influenciar a corrida pelo título.
Sobre a performance do Heitor Alves, vale um comentário especial.
Que o Heitor Alves surfa muito, até os gringos reconhecem.
É um dos caras mais velozes do circuito, tem manobras modernas no repertório, pode tirar notas altas a qualquer momento.
No entanto, só surf não basta para vencer baterias.
Tem que usar a cabeça.
Tem que prestar atenção no critério que os juízes estão usando.
Tem que variar as manobras, ser mais criativo.
Pode parecer exagero, mas o surf que o brasileiro está apresentando corre o risco de ficar monótono.
Durante a bateria, os comentaristas (Rob Machado e Luke Egan) chegaram a fazer piada da repetição das manobras (todas elas muito fortes, muito modernas, muito comprometidas e ... muito iguais).
Já comentamos isso em posts anteriores.
Quem quer que esteja assessorando o cearense, precisa estar atento para esses detalhes.
Podem fazer uma grande diferença no final do ano.
Em última instância, detalhes que podem significar o sucesso ou o fracasso do Heitor Alves no WCT.
No 4o round Heitor vai enfrentar o Damien Hobgood, que hoje só faltou sapatear para passar sua bateria (deu aéreo, "carving 360", layback, tentou todas as manobras possíveis e mais algumas).
Essa, cá entre nós, foi outra bateria que me deixou meio chateado.
Aqui na minha tela, o Tiago Pires surfou melhor.
Se vocês assistirem aos melhores momentos desta bateria (a 11a do Rnd3) terão a oportunidade de rever, a partir do minuto 02:02, as duas ondas que definiram a bateria.
Na primeira Tiago Pires acerta quatro manobras bem verticais e consegue apenas um 6,5.
Na sequência, a onda que deu a vitória para o americano, com duas rasgadas e um layback, um 7,93, uma nota alta demais, na minha modesta opinião.
Enfim, muita coisa para conferir nos vídeos on demand.
Aguardo os comentários de vocês.

2 comentários:

  1. O aéreo do Dane foi realmente impressionante e acho que valeu a nota, agora que a ASP quer de qualquer jeito que ele permaneça no CT, isso ela quer, ainda mais com o Tour do Kelly no cangote. Quanto ao Heitor, acho que ele surfou bem as ondas, que não proporcionaram grande variação de manobras. Os comentários do Luke-semprebabaca-Egan e do Rob Machado soaram preconceituosos, tipo, já que não tenho o que falar, vou falar que não teve variação....

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  2. fico impressionado como gasta-se tempo babando ovo em campeonatos...

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