terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mineiro em Trestles

Foi um belo campeonato esse Hurley Pro, etapa americana do circuito mundial de surf profissional, o WCT, em Lower Trestles, California.
Nossos heróis brasileiros no circuito, Heitor Alves e Adriano de Souza, foram muito bem, os dois terminando com o 5o lugar.
Não conto o Jihad porque ele desistiu do WCT naquela onda em Imbituba, comentário antigo que você pode reler aqui.
Adriano chegou mais perto de Parko no ranking mas a diferença ainda é grande.
Para ganhar o título nesse ano, só se o australiano tiver um desempenho muito fraco nas quatro etapas que faltam, o que é meio improvável.
Com vinte e dois anos, só de estar nessa briga já é um feito e tanto.
Mineirinho tem surf, está evoluindo, e eu acredito que pode mesmo chegar lá.
Desgarrando a rabeta, rasgadas fortes, batidas de backside, tá dando show.
Se vocês repararem, ele tem procurado conectar as manobras direto, termina uma e já está cavando, preparando a próxima, procurando fazer um movimento contínuo.
É isso que os juízes querem ver.
Só que algumas vezes a manobra ainda parece muito forçada, principalmente nas ondas meio gordas de Trestles.
Conversando sobre os rounds iniciais com um de nossos grandes colaboradores, ele comentou que estava ficando um pouco incomodado com o estilo do Mineirinho, as pernas muito abertas, um surf parecendo pesado.
Na hora achei engraçado ele comentando que nosso herói no WCT ainda trazia muito do Guarujá no seu jeito de surfar.
"Desde os 5 anos de idade matando barata, é difícil se livrar", disse ele.
Parafraseando Reinaldo Azevedo, um dos blogueiros mais lidos do Brasil:o sucesso desse blog está na qualidade de seus leitores.
Dêem uma olhada no vídeo das quartas de final, em que Adriano de Souza perdeu para o Bede Durbridge.
A onda que ele pegou, aos 02:42 do vídeo, na minha opinião, foi uma das que definiram sua derrota na bateria.
A outra foi a primeira onda da bateria, primeira onda do vídeo também.
O fato é que o Bede pegou as melhores ondas e surfou com precisão absoluta.
Cada onda que o brasileiro pegava, o grandalhão australiano vinha atrás em uma melhor, arrebentando, com mais estilo, mais força, finalizando sem erro.
Mineiro perdeu porque o outro surfou melhor.



Agora o caso do Heitor Alves é diferente.
Mas isso é assunto para o próximo post.

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