sábado, 12 de dezembro de 2009

O que Pipeline significa pra você? - Notícias do Billabong Pipeline Masters

Repito a pergunta do título.
O que Pipeline significa para você?
Antes de responder, pense nas imagens que você já viu dessa onda fantástica.
Pense nas imagens da época em que você era criança ou de quando você ainda estava começando a surfar.
Lembre-se das histórias que você já ouviu.
Se você já surfou essa onda, saber melhor do que ninguém que uma palavra chave da história toda é respeito.
Respeito.
Uma das ondas mais lindas que existem.
Uma onda mortal.
E ainda tem o Backdoor, uma das ondas pra direita mais casca-grossa do mundo.
Pipeline e Backdoor.
A verdadeira arena.
Temida e respeitada por todos.
Respeitada por todos??
Parece que não é bem assim.

Vou descrever a cena e vocês me dizem o que acham:

Começa a quinta bateria do terceiro round, Adriano de Souza, o Mineirinho, nosso herói brazuca, terceiro no ranking mundial, contra Flynn Novak, surfista havaiano especialista em Pipeline.
Bateria difícil, evidentemente.
Logo no ínicio, Flynn Novak pega uma onda boa, nota 6,83.
Vem o replay, os comentaristas analisam a performance, tudo normal.
De repente, Luke Egan (sempre ele) faz uma observação surpreendente:
"Esperem, só estou vendo um competidor nesta bateria, cadê o Adriano de Souza?"
A câmera focaliza a praia e encontra o brasileiro calmamente chegando, sem camisa, a prancha embaixo do braço como se nada estivesse acontecendo.
Alguém avisa que sua bateria já está na água, ele se apressa, assina a súmula e entra na água, seis minutos atrasado.
Eu sei que parece mentira.
Ninguém conseguiu entender.
John John pegando tubos nota 10 e o cara andando na praia, acordando.
A bateria já rolando e ele não tá nem sabendo o que está acontecendo??
Não era para ele estar na praia desde de manhã, analisando as condições, preparando-se para a bateria, assistindo as performances dos outros competidores?
E o fato de ter a chance de surfar Pipe sem ninguém?
Pegar dez, doze ondas por bateria sem o crowd para atrapalhar?
Tirar fotos para o patrocinador num dia clássico na Meca do surf mundial?
Que importância tem isso?
Vamos falar a verdade.
Os caras são muito amadores.
Digo os caras porque, hoje em dia, um atleta de alto nível como o Adriano tem que ter gente por trás, tem o patrocinador, tem o empresário, o treinador, deveria ter amigos, sei lá.
Não aparece ninguém pra colocar um pouco de vergonha na cara do rapaz?
Ou é muita ignorância ou é muito desrespeito.
Em outras palavras, ou os caras não entendem o que significa um Pipemaster ou são muito, muito folgados.
Na bateria, Adriano, terceiro do mundo, assumiu uma postura difícil de descrever.
Não apareceu no Hawaii durante o início da temporada, na primeira onda tirou uma nota cinco e meio e saiu fazendo um estilo como se tivesse tirado uma nota nove.
Os comentaristas não puderam evitar a ironia, foi realmente ridículo.
Pegou a primeira onda depois de 18 mnutos de bateria.
Pra vocês terem uma idéia, nos primeiros vinte minutos de bateria, sem prioridade, Kelly Slater já somava 19,33 nas duas melhores ondas.
Deu um show para todos os internautas.
Isso é respeito.
Hank Gaskell, perdeu essa bateria contra o Slater, mas tirou uma nota 10.
Certamente terá sua foto e os vídeos publicados em diversos veículos e mídias.
É claro que Adriano será solenemente igorado pela mídia internacional, mesmo sendo um dos principais surfistas da Oakley.
Parece se esforçar para estabelecer de vez sua insignificância no cenário mundial.
É terceiro, mas não merece.
Já a mídia nacional vai ter que engolir mais esse sapo e tratar tudo isso como se fosse normal.
Mineiro até que pegou boas ondas no final da bateria.
Eu diria até que juízes seguraram um pouco as notas, só pra ele não passar.
(Eu teria feito isso)
No final, os cinco minutos fizeram falta.
Pra completar o quadro, Mineirinho saiu da água dando risada.
Da nossa cara, só pode ser.
Me senti um trouxa.
Ficar em casa torcendo pelo cara e ter que assistir a um papelão atrás do outro.
Fiquei com vergonha.
O que salvou o dia foi o show de surf dos gringos.
Foi um dia repleto de notas 10, ondas excelentes foram surfadas, mais um campeonato que vai entrar para a história.
Mick Fanning sagrou-se campeão mundial.
Passou as baterias que precisava surfando muito, com dedicação e profissionalismo.
Parabéns Mick Fanning!
Que sirva de exemplo para os nossos garotos.
Um bom exemplo.
Quem escolher seguir os ídolos nacionais, vai acabar se afundando.
Assistam os detalhes de tudo o que rolou aqui.

8 comentários:

  1. "É terceiro, mas não merece" eu acho que não viu.. ele deu uma vacilada feia nesse final de temporada, mas esse terceiro lugar ele conquistou, se dedicou e surfou muito pra isso. esse terceiro lugar, ele merece. mas esse terceiro lugar já era. ele vai ser ultrapassado no ranking, pelo bede, cj e até pelo slater, se duvidar. vacilou feio mesmo. fez um papelão

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  2. Meu comentário é...sem comentários!!

    Realemente uma decepção enoooorme...

    Ano que vem, vou torcer por um gringo gente boa.

    Quanto ao Luke Egan, deve ser problema antigo, quando tomou um pé na bunda de sua namorada brasileira aqui do Guarujá...

    Agora tem que aguentar aqueles biquinis mamãe fiz cocô na calça, ou asa delta para elefante.

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  3. Sinceramente, porque acham que o Adriano chegou tarde ao Havai? E porque chegou atrasado para a bateria? E porque saiu sorrindo, troçando? E porque é que se calhar já não está lá no Havai?

    E porque andava sempre um "senhor" atras de Mineiro?

    Muitas questões, uma resposta.

    Abraço

    Diogo Alpendre
    www.linhadeonda.blogspot.com

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Este ano me trouxe novamente uma experiência que não tinha desde que, em 1985, comecei a surfar: acompanhar um brasileiro no tour com possibilidades reais de ser campeão. Mesmo já sem chances no Havaí, o nosso herói e sua equipe mostraram que este sonho está bem longe. Espero que alguém próximo possa dar bons conselhos ao rapaz em 2010.

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  6. Dizem as más línguas que tinha um Havaiano querendo bater no cara... e se isso é verdade, então tá tudo justificado.

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  7. O Adriano tinha levado um pontapé do Dustin na perna numa noite antes da prova. Dizem que a agressão foi gratuita e não provocada quando o Mineirinho passava perto do Barca e de Occy que estariam "alterados" com alguma substância.
    Mineirinho se dirigiu a Occy perguntando o que teria feito para merecer a agressão enquanto Barca lhe gritava que ele não merecia se dirigir a uma lenda.
    Todos sabem como é o nível de agressividade no Hawai e Adriano foi sendo sempre intimidado enquanto lá esteve.
    A resposta veio mais tarde durante o WCT do Brasil...

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