terça-feira, 8 de março de 2011

Quiksilver Pro 2011 - Destaques (os positivos)

É, queridos leitores.
Sumimos.
Para aqueles que já estavam ficando preocupados, estamos vivos, está tudo bem.
Estou trabalhando e estudando de uma forma tal que pouco tempo livre me sobra pra escrever mas, confesso, sinto muita falta das nossas conversas sobre surf.
Como não dá pra simplesmente pegar o telefone e ligar pra bater papo, o jeito é continuar escrevendo e torcendo pra vocês aparecerem por aqui de vez em quando.
Especialmente agora, com a primeira etapa do WT chegando na fase final.
Assisti até que bastante coisa.
Aqui o campeonato passa ao vivo na TV aberta, a mesma transmissão da internet.
Primeiro gostaria de apontar os destaques, na minha modesta opinião.
No próximo post prometo juntar-me ao coro dos revoltados e fazer eu também minhas críticas ao vergonhoso resultado da bateria do Mineirinho contra os outros seis caras (Taj Burrow e os cinco juízes).

Vamos ao que de melhor aconteceu:

Michel Bourez.
O tahitiano mostrou uma evolução impressionante. Muita força nas manobras, velocidade, surfou com garra e muita consciência, errando muito pouco.
Já falamos
bastante desse jovem talento. Vai dar trabalho esse ano, podem anotar.

Tiago Pires.
Tim Tones, nosso correspondente na Gold Coast, ficou bastante impressionado com a performance do Príncipe de Portugal, principalmente durante a expression session que rolou no domingo, no fim-de-tarde.
(É fato que as ondas estavam muito boas, não dá pra entender muito bem porque suspenderam o evento e perderam esse mar. Infelizmente, não existem imagens desta sessão no site oficial do evento.)
Mesmo surfando muito, Tiago foi empurrado para as quartas-de-final, justamente numa bateria contra o Michel Bourez.
Talvez tenha pesado o contrato de 10 anos que o gajo fez com a Quiksilver, ou quem sabe o fato de que as principais marcas estão encarando a Europa como o novo Eldorado da surf-wear.
De qualquer maneira, o português conseguiu uma nota 5,17 no último segundo, com duas rasgadas numa merreca safada e agora vai enfrentar Matt Wilkinson, o próximo na minha lista.

A bateria vocês assistem abaixo.




Matt Wilkinson.
O que falar desse cara? É evidentemente, um palhaço (e isso, pra quem conhece minha família, é um grande elogio). O cara é autêntico, como vocês mesmos podem conferir.
Ele chegou a dizer que surfa melhor quando o cabelo cai na cara e ele surfa sem enxergar o que vem pela frente. Comédia.
Na real, com permanente no cabelo e tudo, o Wilko é o único surfista que não perdeu nenhuma bateria neste campeonato.
Ele melhorou bastante como competidor e seu surf está cada vez mais solto, preciso e muito moderno.
A bateria contra o Heitor Alves, que vocês assistem no vídeo abaixo, é um bom exemplo do que estamos falando.



Adrian "Ace" Buchan.
Pra mim, é candidato ao título mundial.
Top 5, com certeza.
Embora não tenha um repertório muito moderno, sem aéreos e manobras malucas, Ace é um excelente competidor e chega ao limite da perfeição nas suas rasgadas e batidas.
Tem o surf que eu sonho em fazer.
No segundo round, Ace conseguiu uma nota 6,47 com apenas uma batida de backside.
Confiram:



Pra completar os destaques, Alejo Muniz.
Vou deixar de lado o comentário imbecil que o Luke Kennedy fez para a Tracks (na mesma matéria com a foto do Matt Wilkinson do link acima), sugerindo que nós brasileiros estamos nos apropriando indevidamente do Alejo já que ele nasceu na Argentina.
Uma falsa questão e um comentário infeliz, desrespeitoso com seus amigos, sua família e com o rapaz, que já disse mais de uma vez que se considera brasileiro,
Na verdade, Alejo é o grande destaque do campeonato.
Não é todo dia que alguém vence uma bateria contra Taj Burrow e Joel Parkinson em Snapper Rocks, quanto mais um estreante, em seu primeiro campeonato no WT.
Alejo ainda não mostrou tudo o que pode.
Pra vocês terem uma idéia, na sua vitória contra o Owen Right ele chegou a tentar um Kerrupt flip, manobra nunca completada num evento profissional.
Alejo já é considerado o mais completo surfista brasileiro de todos os tempos.
Vale a pena ver de novo o vídeo da Nike com o Alejo se preparando para a estréia no circuito mundial.
Vocês vão entender o que vem pela frente.

4 comentários:

  1. Eppur si muove!!!!
    Que bom que você voltou a escrever.
    Grande abraço,
    Bruno

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  2. Welcome back. Estava faltando um pouco de true na midia do surf....

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  3. Já ouviu falar em racismo aka preconceito? Pertencemos a uma terceira classe, não somos cidadãos e não temos direitos no maravilhoso mundo da ASP. O Renato Hickel é uma espécie de escravo alforriado... Aquele que cuida da senzala...

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  4. Obrigado, meus caros, pelo apoio e pela paciência.
    Vocês é que nos dão o pique pra continuar escrevendo.
    Valeu!

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