Vinte e dois de maio de 2009, meu último de dia de Indonésia e, devido aos vôos planejados de volta para o Brasil, ainda estava em alguma ilha da região de Sumatra.
Como o mar havia diminuído, eu e meus dois amigos de viagem (Vina e Edu) resolvemos caminhar pela ilha. Objetivo? Virar a ponta da ilha, o que nos deixaria de frente para o Oceano Índico completamente aberto. A busca por aquele lugar no mundo, que você tem a certeza que quase ningém foi ou conhece.
Devido a a ausência de ondas, e a expectativa do tempo de viagem, aproximadamente 3 horas e meia segundo os locais do vilarejo, nos munimos de garrafas d'água, cameras filmadoras, fotográficas e principalmente botinhas para longas caminhadas sobre os reefs afiadíssimos, caso fosse necessário. Pranchas? Pra que levar este peso se não haviam ondas?! Peso morto nesta trip de 7 horas contando ida e volta?? Nem pensar!
Pois é...Peso morto?
Quem poderia imaginar, o segredo que nos esperava dentro de uma baía cercada de coqueiros, e completamente isolada de tudo e todos?
Enquanto caminhávamos, eu como o maior fissurado de plantão, não conseguia parar de olhar em cada esquina de corais que virávamos, se haviam linhas de espumas, ou qualquer possibilidade de surf com ventos ou ondulações de direções diferentes.
Nada!!
Após cerca de 3 horas andando entre coqueiros, e visuais de tirar o fôlego de qualquer mortal, observei de longe o que parecia ser uma direita rolando para dentro de uma falha em uma extensa laje de pedras. Com a ajuda do zoom potente de minha filmadora, jurava que estava vendo ondas tubulares, algumas até com direito a baforadas e tudo mais. eu olhava e não acreditava... Como poderia ter saído de um pico flat, abarrotado de surfistas, e após esta "pernada", encontrar ondas clássicas, virgens e desconhecidas??!!
Pois é, não era miragem! Quanto mais nos aproximávamos, maiores as ondas pareciam ser. O mar, que estava na maré enchente e lua cheia, avançava rapidamente para cima da bancada, deixando as ondas cada vez melhores. A medida que íamos chegando, uma onda de choque tomou minha mente!!
E agora, o que fazer?? Cadê minha prancha??
Voltar?? Pra que? A única coisa que daria tempo para fazer, seria chegar no finalzinho da tarde no camping, e....chorar...rsrs.
Depois de minutos parados como uma estátua, e passado o choque paralisante, dei conta que na verdade éramos abençoados e uns felizardos. Afinal, nada me impede de retornar um dia a este mesmo lugar, e surfar aquelas ondas de verdade.
Naquele momento, agradeci a Deus por estar em um lugar tão especial...Lembrei de todos meus amigos com quem gostaria de estar compartilhando aquele momento, e fiz a melhor session de surf mental de toda minha vida. Foram dezenas de tubos de backside saido no spray das ondas!!! E tudo isso sem crowd algum!!!
Hoje, 30 de Outubro de 2009 resolvi compartilhar com todos vocês esta experiência que ficou guardada a sete chaves no HD de meu computador por meses...Afinal, como explicar as imagens e deposi dizer: é...eu não surfei esta onda.
Mas, assim é o surf e a natureza!!
Quem quiser saber onde é esta onda, só se me levar junto para lá. E dessa próxima vez, vamos colocar a teoria mental em prática, que é muito mais gostoso com certeza!!
De Ny em estado de choque... Mas que tava raso, isso estava...
ResponderExcluirPois é, essa foi a grande questão esse dia...hehehe. Será que mesmo com as pranchas em mãos, teríamos surfado? A resposta, só numa próxima investida!
ResponderExcluirObrigado como sempre pelos seus comentários, e dicas de quem entende da coisa.
abração
Petrus
Surf mental de primeira! Altos tubos... também com a dúvida de qual a profundidade da bancada.
ResponderExcluirNão sei se cairia, mas se for rolar uma nova investida eu fecho na barca! No mínimo mais uma sessão inesquecível de surf mental!
Abs
Petrus e os secrets...hehe
ResponderExcluirAcho q na meia maré dava pra encarar!!
Abs