Enquanto o segundo evento do WT não recomeça em Bells Beach, Austrália, por falta de ondas, aproveito o fim de mais uma etapa importante do WQS para fazer uma primeira análise do sistema de ranking unificado.
Quem não tiver paciência para os números, pode ir direto para o final e curtir as boas imagens das finais na Tasmânia.
O ubatubense Wiggolly Dantas foi o vice-campeão do primeiro evento da série O´Neill Cold Water Classic e assumiu o 5o lugar no ranking, com pouco mais de 7500 pontos.
Tem que aproveitar o momento, porque vai durar pouco.
Estou começando a achar que esse ranking unificado, ao invés de facilitar a renovação, vai é consolidar cada vez mais o lugar dos mesmos surfistas de sempre no circuito.
Explico:
A diferença entre a pontuação dos eventos do WQS e do WT é muito grande.
Quem quiser relembrar como são as regras, pode rever a explicação do Diego Alpendre.
Pra resumir, ao final da 5a etapa do WT, Teahupoo, os 12 últimos colocados do ranking principal voltam para o WQS e é o circuito unificado que vai decidir quem vai para o WT no ano que vem.
Em 2011, ficam os 22 primeiros do ranking principal e os dez primeiros do WQS.
Só que quem correu essas cinco primeiras etapas do WT já entra com uma vantagem enorme.
Se o cara terminar em 17o nos primeiros cinco campeonatos do ano (ou seja, ganhar uma bateria por evento) já garante 8500 pontos no ranking unificado.
Se esse mesmo surfista chegar nas quartas-de-final, em pelo menos uma das etapas, já somará 12250 pontos, quase o equivalente a duas vitórias em eventos seis estrelas Prime.
Ficará na frente de alguém que tenha vencido quatro campeonatos seis estrelas, por exemplo.
Já adianto, vencer quatro etapas seis estrelas é praticamente impossível.
Vencer um seis estrelas Prime, então...
Para vocês terem uma idéia do tamanho do desafio para a molecada brasileira, só existem nove eventos seis estrelas Prime no ano, dois já aconteceram e foram vencidos por surfistas mais do que manjados, C.J. Hobgood e o ex-WCT Josh Kerr.
Outros dois são parte da Tríplice Coroa Havaiana, Haleiwa e Sunset.
Em disputa mesmo, sobraram apenas cinco e três destes são na Califórnia, campeonatos super prestigiados, que sempre contam com maciça partipação dos melhores surfistas do mundo.
Não vai ser moleza.
De todo modo, como o importante é competir, até agora tem sido bacana acompanhar a participação dos brasileiros e sul-americanos nos eventos do WQS mesmo.
Vamos ver como a coisa evolui.
Quanto ao O´Neill Cold Water Classic, além do vídeo das finais, destaco a bateria entre Jordy Smith e Marco Giorgi.
Além de assistir à vitória do valente uruguaio, que terminou o campeonato em terceiro, vocês vão ver uma cena incrível, inédita talvez, do Jordy quebrando a prancha.
Não que o Jordy não quebre prancha.
Tem quebrado até com relativa frequência.
Nesse ano é a segunda vez que eu vejo ele quebrar prancha em bateria.
O patrocinador que fornece prancha pra ele deve até estar ficando preocupado com sua imagem.
Mas deste jeito, eu nunca tinha visto.
As imagens vocês vão encontrar no site do campeonato (no Heats on Demand, a primeira bateria do round de 16) ou no canal da ASP no Youtube.
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