Gostaria de agradecer nosso amigo "Surfe Catarinense" por seu cometário a respeito do Marco Pólo e suas performances no Super Surf, e aproveitar para dividir com todos minha opinião sobre esta relação Super Surf X WT(ex-WCT).
Hoje, o surf competição brasileiro (masculino) está dividido basicamente em dois grupos:
1 - Jovens talentos, descobertos precocemente que tiveram, ou tem apoio de seus patrocinadores para correrem campeonatos, com suas despesas pagas, e as vezes até recebendo bons salários, realizando viagens, e focando seus esforços em uma carreira internacional.
Ex: Teco Padaratz, Fabio Gouveia, Peterson Rosa, Renan Rocha, Neco Padaratz, Adriano de Souza, Gabriel Medina, Miguel Pupo, Alejo Muniz, Caio Ibeli, Felipe Mateus, Gerônimo Vargas entre muitos outros que me perdoem por esquece-los agora.
2 - Jovens talentos, que usam as competições universitárias, municipais, estaduais, regionais e brasileiras, como vitrine em busca de um lugar ao sol. Batalhadores por excelência não aceitam um não de primeira. São campeões, e sem dúvida respeitamos igualmente os dois grupos.
Ex: Messias Félix, Bibi, Simão Romão, Renato Galvão, Daison Pereira etc etc...
Tá, e onde quero chegar com toda esta lenga-lenga?
Simples!! Existe uma cláusula contratual na ASP que impede os atletas do tour (WT), de correrem as etapas de seus países, que não façam parte do calendário da entidade.
Ou seja, quem está no circuito mundial, não corre o Super Surf, e ponto final.
Desde então, marcas interessadas em uma maior visibilidade de seus atletas, focaram seus recursos em produzir surfistas que tenham a competência (surf no pé), para furar a muralha do WQS e construir uma carreira em nível mundial. Porgramas de viagens internacionais, competições ao redor do mundo...
Vocês sabiam que o Jadson André e Owen Whright se enfrentaram diversas vezes em 2009, inclusive em finais? O brasileiro entra no circuito perfeitamente adaptado a tudo que vai encontrar, inclusive seus adversários.
E o que tem de errado nisso?
Simples!! Sabe quando o Jadson vai disputar o Super Surf? E o Adriano de Souza? Vou mais longe ainda, a sensação de Camburi, Miguel Pupo, e o nosso garoto King of Groms nota 20 Gabriel Medina vão disputar seriamente este título brasileiro nos próximos 10 anos? Você realmente crê nisso?
Se o que temos de melhor, não participa do nosso circuito nacional, qual é o parâmetro do surf interno da terrinha? Acho que não é nenhuma supresa eu afirmar que o nível do Super Surf é muito baixo quando comparado ao do WT. Mas isso é óbvio, diriam alguns!! Afinal se todos por aqui surfassem o mesmo que a elite mundial, eles seriam a elite!!
Concordo, mas o que não dá pra acreditar é o nível de notas recebidas no Super Surf X Notas do WT. Uma onda que receberia um 7,5 no Super Surf, não passaria de 4,5 no WT. Apenas para ilustrar: assisti uma bateria em Itamambuca, onde o atleta Guigui (Wigoly Dantas) desferiu duas boas batidas de backside e uma onda (pensei...6,5..entrou no somatório)...Alguns minutos, e saí a nota dos juízes: 9,23!
Minha reação? Fui pra casa pegar a prancha e surfar. Pra que perder meu tempo?
A conclusão que chego, caros amigos, é que o Super Surf não prepara nossos atletas para o próximo nível. E sim, é apenas um circuito onde os atletas de todo Brasil se confraternizam, além de se transformar em uma alternativa ao insucesso da carreira internacional de alguns, ou mesmo um belo plano de aposentadoria para os ex-WT, que após perderem o gás do tour mundial, voltam para casa buscando maior longevidade nas competições.
Posso parecer muito injusto com meus questionamentos, mas assisti muitos campeonatos ao vivo este ano: Super Surf, WQS, Municipais, Universitários e claro, todas etapas internacionais que tiveram cobertura via internet, sendo assim gostaria de perguntar a todos:
O Messias Félix(campeão com todos os méritos do Super Surf), é melhor surfista que o Mineirinho? Tudo bem, exagerei!!
Melhor então: quem surfa mais, Tanio Barreto ou Heitor Alves? Jano Belo ou Jadson André?
O Super Surf não define que são os melhores surfistas do Brasil, e muito menos é um ponto de comparação com WT. Infelizmente!!
A ABRASP devia lutar pelo esporte brasileiro, e conseguir a liberação dos atletas tupiniquins do WT, para correrem etapas do circuito nacional.
Aí sim poderíamos saber verdadeiramente ONDE ESTÁ O SURF BRASILEIRO!
Saúde e Paz...Aloha Spirit
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