quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Gabriel Medina vence mais uma

Como havíamos sugerido no post anterior, Gabriel Medina levou mais uma.
O brasileiro ganhou a categoria sub-18 do Quiksilver ISA World Junior Surfing Championship.
O mais impressionante, na minha opinião, é a regularidade do rapaz.
É só de nota nove pra cima.
Na final, o jovem sebastianense somou 19,90 nas duas melhores ondas, descartando uma nota 9,46 e outras duas notas acima de oito.
Não é mais novidade pra ninguém que o rapaz é um diamante bruto.
Vamos torcer pra que seja bem lapidado.
Segue o vídeo da final

3 comentários:

  1. João Carlos Guedes da Fonseca28 de janeiro de 2010 às 14:00

    Em janeiro de 2009, eu fui para a Joaquina com minha filha, à época com 9 anos de idade e uma surfista promissora, para assistirmos o campeonato da Rip Curl para a garotada. Confesso que, no princípio, não estava muito interessado na competição em decorrência da boa ondulação de um metro e da alegria de cair com a pequena em um paraíso do surf brasileiro. Todavia, os dias foram passando e eu, como todos na praia, começamos a reparar no surf daquele menino esquio, patrocinado pela Volcon. A timidez fora da água contrastava com a violência com que se expressava na arrebentação, de modo que as suas baterias, à medida que o campeonato prosseguia, passaram a ser aguardadas por quem se encontrava em frente do palanque oficial com certa ansiedade. Curioso era perceber que, sobre os ombros do menino, nada daquilo importava e o campeonato parecia-lhe mais uma caída de free surf, em Maresias.
    Creio, e somente posso atribuir essa percepção à crença, uma vez que era apenas uma testemunha ocular sem vínculos afetivos com as personagens em questão, que Charles, com quem conversei rapidamente no estacionamento do hotel após a vitória de Gabriel ( o que contarei no final desse texto) concentrava toda tensão que aquele momento provocava. Era comum, vê-lo sozinho na praia, olhos de águia, contemplando as baterias de seu filho, em completo recolhimento. Era comovente vê-lo, talvez porque fizesse o mesmo com minha filha, levar as pranchas do Gabriel sob os braços do para área de competição.Porque eu estava no mesmo hotel que Medina, pude perceber o cuidado de Charles com seu filho e a firmeza com que organizava as refeições e o horário de dormir. O diamante bruto, como a coluna gosta de definir Medina, não me parecia tão bruto assim.
    É possível justificar essa impressão justamente pelo que ocorreu na final daquele evento, a qual, se não me engano, foi travada entre Medina; Jesse Mendes, patrocinado pela Rip Curl e para quem, por merecimento do menino, todos acreditavam ser o possível vencedor do evento; Caio Beli e Sidney Guimarães. O que eu vi naquela final foi um dos acontecimentos mais impressionantes da minha vida como amante do surf de competição. Medina grudou em Jesse e efetuou a mais violenta marcação homem a homem ja presenciada por mim. Sidney Guimarães e Caio Beli pareciam fazer parte de uma outra bateria, porque surfavam livres sem adversário aparente enquanto Jesse era lançado impiedosamente ao erro. Com duas ondas belamente surfadas, repletas de rabetadas e batidas verticais, Medina, contra tudo e contra todos, consagrou-se campeão daquela etapa, realizada a poucos quilômentros da praia Mole, palco da admirável vitória conquistada seis meses depois numa etapa do wqs.
    Lembro-me do abraço de pai e filho na beira da praia e das lágrimas que, de modo incontido, teimavam em escorrer no meu rosto. Acho que , por também ser pai, aquilo de algum modo calou fundo em mim.
    Após a cerimônia de premiação e do almoço dado pelos organizadores do evento numa churrascaria em frente a praia, o qual não participei por motovos óbvios, encontrei Charles no estacionamento do Hotel. Embora não seja afeito a interpelar pessoas que não conheço, algo me levou a dizer: olha, o surf de seu filho é algo muito superior a tudo que eu já vi. Acho que ele deveria começar a correr etapas profissionais, pois aquilo que eu presenciei nos quatro dias de competição deixaram-me de queixo caído. Charles, então, respondeu-me: vc deve entender algo de surf, pois eu também acho isso. Ficamos nos olhando por alguns segundos, eu admirado pelo elogio e pela segurança na resposta daquele pai, distencionado pela vitória incontestável de seu filho, e ele, possivelmente, sonhando com o futuro brilhante de seu filho.

    Bom, é isso ai. Depois conto como foi o período que se intercalou entre o Rip Curl da Joaquina e o wqs da Mole.

    abs João Carlos Guedes da Fonseca

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  2. Obrigado, João Carlos, pelo depoimento.
    Também tenho um filho, hoje com quatro anos, e imagino a emoção e ao mesmo tempo a preocupação que deve ter um pai quando o filho começa a ultrapassar a fase de competidor amador, esse momento em que decisões difíceis devem ser tomadas, em que uma carreira profissional passa a ser uma alternativa real a ser considerada (no caso do menino Gabriel, uma alternativa que se impõe pelo talento que ele tem demonstrado).
    Não conheço o Charles Medina mas desejo a ele e ao seu filho muito sucesso e felicidade nesse caminho que eles agora estão trilhando.
    Abraços,
    Chocolate - True Surfing

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  3. João Carlos Guedes da Fonseca28 de janeiro de 2010 às 16:45

    Chocolate?

    Eu sou o João que apresentou Paracuru para vc.
    João Carioca

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